sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A última Rainha de Portugal

(D. Amélia aos 70 anos. D. Amélia surge com um colar de pérolas,
oferta de D. Carlos - Foto: Arquivo Expresso)

A 28 Setembro de 1865, nasceu em Twickenham, Inglaterra, D. Amélia de Orleães, princesa de França e última rainha de Portugal.
D. Amélia casou com o pretendente ao trono português a 22 Maio de 1886, na Igreja de São Domingos, em Lisboa, e, três anos depois, ocupou o lugar de Rainha com a subida do seu marido D. Carlos ao trono.
Enquanto Rainha, D. Amélia desempenhou um importante papel na corte portuguesa, tanto a nível social, como a nível das artes. Pintava e foi fundadora do Instituto de Socorros a Náufragos (1892), do Museu dos Coches Reais, hoje Museu Nacional dos Coches (1905) e da Assistência Nacional aos Tuberculosos.

(Aguarela da casa real pintada pela Rainha D. Amélia - Foto: Arquivo Expresso)

A Rainha D. Amélia sofreu um profundo desgosto com as mortes do filho D. Luís Filipe e do marido D. Carlos, vítimas do regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, refugiando-se no Palácio Nacional da Pena, continuando, no entanto, a acompanhar e a apoiar o jovem Rei D. Manuel II, seu filho mais novo.

(Rainha D. Amélia e D. Manuel II no Palácio da Pena - Foto publicada na 'Ilustração Portuguesa', 1909)


Era em Sintra que D. Amélia se encontrava quando se deu a revolução de 5 Outubro de 1910 e a consequente implantação da república.
Seguiu para o exílio com a restante família real para Londres e, após o casamento de D. Manuel II, seguiu para Versalhes, perto de Paris. Sofreu novo desgosto em 1932 com a morte de D. Manuel, último Rei legítimo de Portugal.
A viver em França durante a Segunda Guerra Mundial, o governo de Salazar ofereceu-lhe asilo político. D. Amélia recusou e o estado português declarou o seu castelo território nacional erguendo uma bandeira à entrada e transformando-o assim em território neutro e intocável numa França ocupada.
O regresso da última Rainha portuguesa a terras lusas deu-se a 8 de Junho de 1945, após o fim da guerra. Esta emocionante jornada, levou a Rainha a Fátima, ao Palácio da Pena e a todos os lugares a que estava emocionalmente ligada, com a excepção de Vila Viçosa, onde não foi capaz de regressar.
D.Amélia faleceu em Outubro de 1951 em Versalles. Foi transladada para junto do marido e dos filhos, no panteão real dos Braganças, na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.


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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Veja meu Slide Show!


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Efemérides de hoje...

A 21 Setembro de 1885, foram homenageados Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens, num jantar oferecido por D. Luís na famosa Sala das Pegas, no Palácio da Vila de Sintra.

(Foto: Stickypond)

Capelo e Ivens eram oficiais da marinha portuguesa e exploradores do continente africano durante o último quartel do século XIX. Participaram juntos na célebre travessia entre Angola e a costa do Índico.

(Foto: Wikipédia)


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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Convento de Santa Ana do Carmo de Colares (cont.)

Transferência dos primeiros frades para o cenóbio actual



Em 1457, Frei Constantino Pereira – escolhido para fundar o novo convento –, Frei João de Santa Ana e os outros religiosos, transferem-se então para o novo local, a Boca da Mata. Desbaratam mato, plantam árvores de fruto, constroem a cerca e um pequeno oratório de invocação a Santa Ana. A sesmaria doada por Sebastião Vaz e Inês Esteves aos frades carmelitas calçados, reunia todas as condições para os fins pretendidos.
Vejamos agora a descrição do local pelo Visconde de Juromenha, na primeira metade do séc. XIX:

“Acha-se o Convento edificado em hum sitio ameno, em huma planície na raiz da Serra, e sobranceiro á Villa de Collares, cercado de frondoso arvoredo. Gosa ao perto da aprazível vista da varsea, casas de campo, pomares, e quintas revestidas de copados arvoredos, e mais longe de logares, e casaes, terminado o horizonte de hum tão variado e deleitavel painel o occeano, cujas vagas prateadas se estão vendo em distancia quebrar naquellas praias”.


A 14 de Fevereiro de 1465 morre o fundador do mosteiro, Frei Constantino Pereira. O Juiz dos direitos de Colares entrega esta sesmaria a Álvares Fernandes de Abreu, escudeiro do Arcebispo de Lisboa. Entretanto é eleito vigário para o novo convento Frei João Namorado tendo, durante este período as obras obtido um notável incremento.
Novos meios ficaram à disposição do novo convento a partir de 1508, quando um dos frades carmelitas de Colares, Frei João de Santa Ana, é eleito provincial da Ordem e as esmolas recolhidas em Cascais e em Sintra que davam entrada no convento de Lisboa são transferidas para o de Colares.
Em 1519, o rei D. Manuel, concede aos religiosos do convento a mercê de possuírem bens doados até ao valor de trinta mil réis, apesar de viverem em terras pertencentes ao reguengo da Coroa.
Em 1556, D. João III dá autorização para os carmelitas do convento utilizarem a água que abastecia a vila de Colares, às segundas e terças-feiras.
Já em 1605, Filipe II concede o usufruto de uma nascente serrana que passava junto à cerca conventual, aproveitando também essas águas os frades do Convento dos Capuchos.

Texto e Fotos: André Manique

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terça-feira, 11 de setembro de 2007

Sintra and Lisbon for foreigners!

Return to the 19th century and travel by carriage through the gardens of Monserrate, where exotic plants cohabit with the local flora, thus constituting an important botanical museum.
Looking like a real opera stage, the Regaleira estate is a magical and sacred place that you have to get to know. Climb to the Pena Palace, situated on one of the summits of the Sintra mountain, and there you can feel like a real nobleman.
Walking through the Sintra mountain allows you to experience nature again in a unique setting of serenity and beauty, in which the density of the greens of the trees makes it the ideal place for those who intend living moments of true romance.
At teatime, enjoy the wonderful pastries of 'Piriquita'.
Sleep well at Lawrence’s Hotel - the oldest hotel on the Iberian Peninsula - which was a source of inspiration for writers and poets like Lord Byron and Eça de Queiroz. It was recently restored and became one of the best hotels of charm in the world.
The following day, go to Cabo da Roca - Continental Europe’s most westerly point - let yourself be rocked by the music of the waves hitting the cliffs and have lunch at one of the romantic restaurants by the sea; try the famous Colares wine with your lunch.

(Author: visitportugal.com)

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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Efemérides de hoje...

No dia 10 de Setembro de 1979, morreu, em Moscovo, vítima de cancro, António Agostinho Neto.
Médico angolano, formado na Universidade de Lisboa, tornou-se em 1975 no primeiro Presidente de Angola, ocupando o cargo até 1979.
Em 1962, Agostinho Neto e a família estiveram refugiados na Praia das Maçãs, numa casa de férias pertencente a Maria Amélia da Silva, mãe de Maria Eugénia Neto, enquanto aguardavam a fuga do país. Na altura, Agostinho Neto estava a ser perseguido pela PIDE.

(Casa na Praia das Maçãs)

Agostinho Neto deixou também uma considerável obra poética, da qual deixo aqui um exímio exemplo!


Noite

Eu vivo
nos bairros escuros do mundo
sem luz nem vida.

Vou pelas ruas
às apalpadelas
encostado aos meus informes sonhos
tropeçando na escravidão
ao meu desejo de ser.

São bairros de escravos
mundos de miséria
bairros escuros.

Onde as vontades se diluíram
e os homens se confundiram
com as coisas.

Ando aos trambolhões
pelas ruas sem luz
desconhecidas
pejadas de mística e terror
de braço dado com fantasmas.

Também a noite é escura.


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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Convento de Santa Ana do Carmo de Colares (cont.)

O Primeiro cenóbio – Casal da Torre

O primeiro convento foi fundado em 1436 por Mestre Henriques, físico do rei D. Duarte. Não tendo herdeiros e sendo um devoto da ordem carmelita, pediu ao rei licença para instituir um convento num casal que possuía no termo de Sintra, o Casal da Torre, conhecido nessa altura por Casal de Miguel Johanes, tendo, deste modo, a designação Janas, localidade onde se situa actualmente o dito Casal, muito provavelmente derivado do apelido Johanes.
Antes da licença régia, concedida por carta passada em Lisboa a 14 de Novembro de 1436, o físico havia já fundado uma pequena capela a que chamava Oratório. Necessitando das rendas do casal para manter o seu estatuto social de físico do rei e não podendo, pelas funções, ausentar-se da corte de maneira a acompanhar as obras do futuro cenóbio, Mestre Henriques explicitou no seu testamento que a nova casa religiosa só começaria a ser construída após a sua morte. Com estas disposições concordou o então provincial da ordem, Frei João Manuel, bispo de Ceuta, que aceitou também ser o seu testamenteiro.
Após a morte de Mestre Henriques em 1449, Gonçalo Pires Boto, procurador do provincial, tomou parte do casal, numa altura em que os carmelitas já eram detentores da autorização da rainha D. Isabel, mulher de D. Afonso V, e uma vez que Sintra e o seu termo pertenciam à Casa das Rainhas de Portugal. Em 1450, a herdade, os seus bens e as suas rendas entraram na posse do convento do Carmo de Lisboa, tendo Frei Constantino Pereira, sobrinho do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, sido escolhido para fundar o novo convento. Todavia, o lugar do Casal da Torre em breve se mostrou inóspito, como nos refere José Pereira de Stª. Ana na sua “Chronica dos Carmelitas da antiga, e regular observancia nestes reynos de Portugal, Algarves e seus dominios...”, de 1755, como sendo um local totalmente desabrigado pois neles reinavam com irreparável fúria os ventos tão nocivos à saúde.

A construção do convento, ao tempo reduzida à capela a que Mestre Henriques chamara Oratório – e que milagrosamente ainda hoje resiste à irreparável fúria dos ventos –, foi interrompida e, por doação de um terreno num lugar chamado Boca da Mata, pertença de Sebastião Vaz e de sua mulher Inês Esteves, em 1457,os religiosos carmelitas transferiram-se para o sítio onde hoje se encontra o cenóbio.
José Alfredo da Costa Azevedo descreve assim o primitivo convento do Casal da Torre aquando da sua visita, na década de 1980: “Fui ao Casal da Torre, ultimamente, umas duas ou três vezes e tive ocasião de verificar que ainda existem algumas casas já sem telhado; e na parede de uma delas ainda se pode ver, reduzida às cantarias, uma longa porta ogival, a qual se apresenta vedada por uma cancela feita de canas; no interior vivem galinhas. O casal parece estar habitado – e a presença das galinhas assim o atesta –, mas a verdade é que, em qualquer das vezes que ali fui, não tive a confirmação do facto”.

Actualmente o Casal da Torre encontra-se de facto habitado, e muito embora a pequena capela já não sirva de galinheiro, o seu estado de conservação merece alguma atenção.

Texto e Fotos: André Manique

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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Um restaurante chamado Sintra II

Para quem quiser saber mais sobre o Sintra Restaurant, clique aqui!

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Um restaurante chamado Sintra

Os norte-americanos Brian Jenkins e sua mulher Carry, passaram a lua-de-mel na Vila de Sintra. Ficaram de tal maneira encantados que prometeram, um dia, abrir um restaurante com o mesmo nome.
Assim foi...
O restaurante 'Sintra' fica situado em Braintree, Massachussets, e é muito bem cotado, tendo já ganho alguns prémios. O menu é muito influênciado pela cozinha mediterrânea, mas as influências portuguesas também se notam, desde o chouriço aos molhos picantes e, claro, o vinho luso... Quinta da Romeira, João Pires, Casa de Santar!
Não fica propriamente perto... mas para quem for para aqueles lados... é certamente uma boa opção!

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segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Trovante - Balada das Sete Saias

Ontem fui ao concerto dos Xutos e Pontapés na Torre de Belém. Senti-me novamente como se tivesse 15 anos…
Estar ali fez-me lembrar os concertos dos Trovante… que saudades!
Todos os anos ia vê-los ao Festival da Juventude de Sintra, no Campo de Futebol do Sintrense.
No dia 12 de Maio de 1999, a convite do então Presidente da República Dr. Jorge Sampaio, os Trovante reuniram-se novamente para um concerto memorável no Pavilhão Atlântico. Eu estive lá e deixo aqui um cheirinho do que foi esse maravilhoso espectáculo. Quando acabou quase chorei… não sabia quando os ia voltar a ver.
E não voltei! A banda voltou a reunir-se a 12 de Outubro do ano passado, a convite do Montepio Geral, mas eu só soube depois!

Balada das Sete Saias

Sete ondas se noivaram
Ao luar de sete praias
Sete punhais se afiaram
Menina das sete saias

Sete estrelas se apagaram
Sete que pena, chorai-as
Sete segredos contaram
Menina das sete saias

Sete bocas se calaram
Com sete beijos beijai-as
Sete mortes evitaram
Menina das sete saias

Sete bruxas se encontraram
No monte das sete olaias
Sete vassouras montaram
Menina das sete saias

Sete faunos contrataram
Sete corvos e zagaias
Aos sete encomendaram
Menina das sete saias

Sete princesas toparam
Com mais sete lindas aias
Por sete e sete deixaram
Menina das sete saias

Sete danças que bailaram
Sete vezes que desmaias
Sete luas te ansiaram
Menina das sete saias

Sete vezes se encantaram
No bosque das sete faias
Sete sonhos desfolharam
Menina das sete saias


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