segunda-feira, 31 de outubro de 2005

D. Fernando II, O Rei Artista (1816-1885) - Parte II

O Rei
Com o nascimento do Príncipe D. Pedro, a 16 de Setembro de 1837, D. Fernando recebe, pela primeira vez, o título de Rei. Mas D. Fernando evitava a política o mais possível e tratava sobretudo das suas artes tão queridas.
Comprou o Convento da Pena, em Sintra, que tornou numa principesca residência artística, aquilo que é hoje o Palácio da Pena, o seu refúgio predilecto.

A Tragédia
Em 1853, um golpe terrível veio ferir o Rei Artista. A 15 de Novembro morre a Rainha D. Maria II, que apenas contava 34 anos, deixando o Príncipe Real D. Pedro ainda menor, com 16 anos, e mais três filhos, D. Fernando, D. Luís e D. João.
O Conselho de Estado reuniu-se no Paço das Necessidades e elegeu D. Fernando II como regente durante dois anos.
A 16 de Setembro de 1855, D. Pedro V chega à maioridade e D. Fernando entrega-lhe o governo do país.
Em 1861 a morte veio enlutar novamente os paços reais. A 6 de Novembro faleceu o infante D. Fernando, e no dia 11 o Rei D. Pedro V, cuja perda causou a maior consternação em todo o país. Os Infantes D. Luís e D. João estavam em viagem fora de Portugal, e sendo D. Luís o sucessor da coroa, D. Fernando assumiu novamente a regência, a qual durou apenas 3 dias.
A 14 de Novembro chegaram ao Tejo os dois Infantes. D. Luís foi aclamado rei, e D. João foi vítima, tal como seus irmãos, da singular doença que atacou o paço das Necessidades, falecendo a 27 de Dezembro desse mesmo ano.
D. Fernando havia de ser Regente do Trono Português em mais duas ocasiões.

O Rei Português
Em 1862 deu-se uma revolta na Grécia contra o Rei Otão e foi oferecido a D. Fernando o trono desse país, que ele rejeitou, dizendo que se considerava português, e não queria sair de Portugal, mesmo a troco duma Coroa Real. Decidiu então viajar. Foi a Cádis, atravessou Espanha e, em 1 de Outubro regressou a Lisboa, a tempo de ser padrinho do seu neto, o Príncipe e futuro Rei D. Carlos.
No dia 19 de Outubro de 1866, quando D. Fernando completava 50 anos, inaugurou-se a sua estátua na sala da Associação dos Artistas de Coimbra, tendo nas cinco faces do pedestal os bustos do poeta Sá de Miranda, do pintor Domingos António de Sequeira, do escultor Machado de Castro, do músico José Maurício e do arquitecto Afonso Domingues. O trabalho da estátua foi de Frederico da Silva Alves Brandão.
Em 1868 rebentou uma grande revolução em Espanha, sendo a rainha Isabel expulsa do reino juntamente com todos os membros da família real. O governo provisório não quis de forma alguma que se estabelecesse a república, e lembraram-se de D. Fernando para seu Rei, na esperança também de que no futuro se pudesse realizar a união ibérica por muitos desejada. D. Fernando, porém, fez constar oficialmente que não aceitaria nunca a coroa de Espanha... mesmo se lha oferecessem!
(Cont.)

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domingo, 30 de outubro de 2005

Efemérides: D. Fernando II, O Rei Artista (1816–1885)

Duque de Saxe-Coburgo-Gotha

D. Fernando II ou Duque de Saxe-Coburgo-Gotha, de nome completo Fernando Augusto Francisco António, nasceu em Coburgo, Alemanha, a 29 de Outubro de 1816, e faleceu em Lisboa, no Paço das Necessidades, a 15 de Dezembro de 1885.
Foi Rei de Portugal por casamento com a Rainha D. Maria II.
Filho do Duque de Saxe-Coburgo-Gotha, e de sua mulher, a Princesa de Kohary, D. Maria Antónia Gabriela, desde cedo, e devido à excelente educação a que foi sujeito, revelou grandes dotes artísticos.

O Casamento
Tendo D. Maria II de Portugal enviuvado aos 16 anos do Príncipe Augusto de Leuchtemberg, foi D. Fernando o escolhido para novo esposo da Rainha. Casaram por procuração a 1 de Janeiro de 1836, e D. Fernando foi nomeado Marechal General do Exército, e Coronel Honorário do Batalhão de Caçadores n.º 5 (a nomeação de Marechal General foi pouco simpática aos Liberais).
D. Fernando saiu de Coburgo e embarcou em Ostende, no vapor inglês "Manchester", para Lisboa, onde chegou a 8 de Abril do mesmo ano.

O Artista
D. Fernando começou a mostrar-se um grande protector das Belas Artes tendo prestado um enorme serviço à cultura portuguesa, salvando dum inevitável vandalismo o convento da Batalha, para o qual conseguiu uma verba no orçamento das obras públicas para a sua reparação e conservação.
Foi um artista distintíssimo, e bem mereceu o cognome de Rei-Artista, posto por António Feliciano de Castilho, num artigo da Revista Universal. Eram as artes o que mais o preocupava. Desenhava admiravelmente e tinha uma bela voz de barítono que usava com mestria. Coleccionava obras de arte, comprava quadros aos artistas portugueses, auxiliando os estudos com os seus próprios recursos. Esforçava-se por salvar do abandono e do vandalismo os grandes monumentos portugueses e esteve sempre ao lado do progresso artístico.
(Cont.)

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segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Efemérides de hoje...

Dia das Nações Unidas

A Organização das Nações Unidas - ONU - foi fundada oficialmente a 24 de Outubro de 1945 em São Francisco, Califórnia, aquando do fim da Segunda Guerra Mundial, tendo-se realizado a primeira Assembleia Geral a 10 de Janeiro de 1946 (em Hall Westminter, localizada em Londres). Hoje, a actual sede da organização é em Nova Iorque.
A percursora das Nações Unidas foi a Sociedade das Nações (também conhecida como "Liga das Nações"), organização concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes. Tal como a ONU, tinha por finalidade "promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança".
No caso da ONU, cada um dos países soberanos internacionalmente reconhecidos é membro, exceto o Vaticano, que tem qualidade de observador, e Taiwan (um caso especial, reconhecido por poucos países).

A ONU inicia a sua existência a 24 de Outubro de 1945, depois da Carta (das Nações Unidas) ter sido ratificada pelos então cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (República Popular da China, França, União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas, o Reino Unido e os Estados Unidos da America) e pela grande maioria dos outros 46 membros.
Actualmente os 5 Membros Permanentes do Conselho de Segurança são os únicos que têm veto nas decisões. São eles os Estados Unidos da America, a Federação Russa, a França, o Reino Unido e a República Popular da China.
A ONU utiliza 6 línguas oficiais: árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo. Quase todas as reuniões oficiais são traduzidas simultaneamente para estas línguas.

Um dos feitos mais destacáveis da ONU é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.
No ano 2001, as Nações Unidas e o seu Secretário Geral, o ganês Kofi Annan, foram galardoados com o Prémio Nobel da Paz.

E a 24 de Outubro nasceu...

... José Duarte Ramalho Ortigão!

É verdade, o autor das "Farpas" nasceu a 24 de Outubro de 1836, há exactamente 169 anos.

Não é demais relembrar que, para além de outros importantes escritos, Ramalho Ortigão é um dos autores - o outro é Eça de Queiroz - de um emblemático romance da literatura portuguesa: "O Mistério da Estrada de Sintra".

Quer saber mais sobre José Duarte Ramalho Ortigão e sobre “O Mistério da Estrada de Sintra”? Basta relembrar o post escrito há exactamente um ano!

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sábado, 22 de outubro de 2005

Passeio a não perder!

Eis mais uma sugestão a não perder para os lados de Sintra. A Câmara Municipal está a organizar passeios, com temas diferentes, sobre esta bela Vila.
Depois do sucesso do ciclo de roteiros "Hans Christian Andersen”, realizado no mês de Junho, a Divisão de Património Histórico-Cultural da Câmara Municipal de Sintra está de volta com mais passeios temáticos. Destes já foram realizados quatro, e o último é já daqui a uma semana, no próximo sábado dia 29 Outubro e é, nem mais nem menos, dedicado à Sintra de Eça de Queiroz.

É do conhecimento geral a importância e influência de Sintra na obra de Eça, especialmente em "Os Maias", onde o escritor proporciona um retrato mental e cultural único da sociedade portuguesa oitocentista.
Este passeio vai desde o do Centro Histórico a Seteais, e o ponto de encontro para os passeios é no Palácio Valenças, às 10h da manhã, sendo que as inscrições devem ser feitas com 48 horas de antecedência.

Quem estiver interessado deve contactar o Sector de Roteiros da Divisão de Património Histórico-Cultural pelo telefone 21 923 88 22 ou através do fax 21 923 87 78.

ATT. Se está interessado já sabe... não perca tempo, pois não se aceitam mais de 60 participantes!

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Uma nova cara!

Aqui está a forma que encontrei para festejar o 1º aniversário deste blog... uma nova cara!
Espero que gostem! Se não gostarem... podem reclamar!
Sejam bem-vindos ao novo Para os lados de Sintra... façam o favor de entrar... sintam-se como se estivessem em casa!

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sexta-feira, 21 de outubro de 2005

De volta!

Meus caros amigos e leitores, eu já estava com saudades!
Por diversos motivos não tenho tido hipóteses de escrever neste blog - devido ao trabalho, ao excesso de coisas para fazer em casa, enfim, até por causa das férias.
Sim, é verdade, estive de férias! Mas como fui dar um pulinho a uma das cidades que mais me fascinam, não tive tempo de escrever uma linha que fosse, até porque nem sequer tinha um computador por perto!
Agora sim! Estou de regresso, ainda de férias, e tenho algum tempo livre para vos escrever!
Pois não vos vou falar de Sintra, mas sim de Roma, de onde regressei de umas merecidas mini férias!
Roma e Sintra pouco têm em comum... a única afinidade que encontrei foi o facto de Lord Byron também se ter inspirado em Roma, mais particularmente nas ruínas do Coliseu (Anfiteatro Flávio), para escrever algumas das suas linhas.
Hoje, e fugindo à regra deste blog, vou mostrar-vos um pouco daquilo que vi, não em Sintra... mas na intitulada "cidade eterna"... ROMA!


Cortile della Pigna (Museus do Vaticano)


"Escola de Atenas" de Rafael (Museu do Vaticano)


Castelo de Sant'Angelo


Coliseu (Anfiteatro Flávio)


Forum Romano


Termas de Caracalla

(Fotos: Para os Lados de Sintra)

Fantástico!

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